segunda-feira, 27 de abril de 2009

Operação Queijo Suiço - parte II


A coisa encrespou para o lado dos ratos larápios daqui de casa. Outros habitantes clandestinos do atelier não ficaram nada satisfeitos com a polêmica em torno do assalto a queijaria. Foi descoberto um observador de olhar severo escondido entre as folhagens de um caramanchão. Não se sabe a serviço de quem estava. E não será fácil saber pois nem boca ele tem. Estes habitantes são refugiados de outras eras que aqui encontraram um abrigo tranquilo. Alguns deles fugidos dos quadros de Hieronymus Bosch, temerosos dos rigores da inquisição espanhola barbaramente conduzida por Torquemada. Paranoicos, eles não acreditam que os tempos agora são outros. Alguns deles nasceram de recantos obscuros da cabeça do ceramista. De uma coisa todos estão certos, querem ficar no anonimato.


Mensageiro. Como eles são um pouco antiquados desconfiam também da segurança do telefone e internet - e com razão!

O pato Hunter tem um gosto refinado no que diz respeito a escolha de sua caça.

Por isto resolveram a questão com um julgamento sumário conduzido pelo juiz leigo Ancião, o Velho. O julgamento foi rápido e sem direito a defesa. Os infratores foram condenados ao degredo por perturbação da ordem pública. Foram fixados em rolhas, colocados sobre queijeiras de cerâmica e serão postos à venda na minha banquinha do brique .



Réus arrolados arrolhados em frente do juiz Ancião, o Velho, de bengala.


Hasta la vista, baby.

2 comentários:

Marcos disse...

Rui
Fiquei comovido com a história e lamentei muito que esta tão unida família seja desta forma dispersada no mundo.
fazer o quê é o preço que se paga quando se é infrator
Abraços
Marcos

Neide Rigo disse...

Rui, o cenário com arcos não poderia ser mais adequado. Adorei todos estes seres. Felizarda eu por já ter visto pessoalmente alguns deles, antes que se dispersem. beijos, N